quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus



Na Ilha

dos Leprosos

Bispo Alexandre Mileant
Traduzido pelo by Natalia Martynenko


"Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus" (Mat. 5:8).



A escola da nossa paróquia aceita crianças que não pertencem a religião ortodoxa, contanto que aprendam as rezas e o catecismo junto com as outras crianças da escola. Há alguns anos atrás, a mãe de um dos alunos me telefonou e, muito zangada, me disse que iria tirar sua filha da escola porque ela achava que nós estavamos distorcendo a fé Cristã. Para suportar seu argumento, ela se referiu ao fato de que nós estavamos ensinando as crianças uma oração em que se encontram as palavras: "e nos purifique de cada impureza" (oração "Reino dos Céus"). "Somos todos Cristãos," disse a mulher, "e portanto somos santos e puros. Não vejo razão alguma para instigar nas crianças sentimentos melancólicos de propensão ao pecado e penitência"! Foi aí deduzido que esta mulher pertencia a uma seita.
Lamentavelmente, este conceito ingênuo de impecabilidade e santidade , como também, a incapacidade de compreender a real essência do Cristianismo, tem caracterizado a religião Protestante desde os tempos de Lutero (começo do século XVI). Um notável teólogo protestante, resumiu o conhecimento protestante do Cristianismo como o seguinte: "A absolvição de um pecador é um completo ato de Deus. Quando um dos seus seguidores é absolvido, todos os seus pecados, passados, presentes e futuros serão perdoados. No momento em que Deus pronuncia sua absolvição, todos os seus pecados são perdoados" (frase do livro de William G. T. Shed, chamado Teologia Dogmática, Grand Rapids: Zondervan 1888).
Aparentemente, ter fé em Jesus Cristo automaticamente assegura ao homem, que ele não peca, ou seja, ele se abstém da culpa dos seus pecados. Tal opinião, não é somente radical e errônea, como também muito prejudicial, porque destitui o homem do poderoso significado da regeneração, na qual o nosso Senhor Jesus Cristo guiou aos seus seguidores, para assim se alcançar a purificação espiritual e a santificação.
Em primeiro lugar, a doença espiritual é bem diferente da doença física, porque a doença espiritual é inseparável do nosso próprio ego, da vontade própria, do seu subconsciente, das suas experiências, hábitos e preferências. Quando o Senhor Jesus Cristo curou pessoas que estavam sofrendo de diferentes doenças físicas, Ele o fêz instantâneamente, para que elas se livrassem de suas enfermidades de uma vez por todas, sem requererem mais cuidado algum. Enquanto que a cura espiritual, que é representada pela regeneração da alma danificada pelo pecado, é um processo mais lento e mais complexo, no qual a própria pessoa precisa participar ativamente de sua própria cura. Isto acontece porque o pecado se enraizou tão profundamente em nossa natureza humana, que praticamente se "entrelaçou" com ela.
Se queremos realmente procurar exemplos da fé Cristã, devemos voltar-se a Igreja dos primeiros Cristãos. Quando lemos o livro do Novo Testamento, o que nos chama a atenção, é o fato de que apesar das muitas graças e dos muitos exemplos de elevada santidade que aconteceram aos Cristãos, nota-se também outros exemplos de natureza contrária. Como exemplo, podemos citar que poucas semanas após a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos e a formação da primeira comunidade Cristã em Jerusalém, se nota o aparecimento do favoritismo e injustiça entre os fiéis ao que se refere a distribuição de ajuda (Ato 6:1). O Apóstolo São Paulo, critica os Cristãos por demonstrarem inveja, vaidade, orgulho, controvérsia e de possuir um espírito litigioso (1 Cor. 3:1-4; 1 Cor. 4:8; e 1 Cor. 6:1-9). Ele os censura também, por terem tolerado e aceitado entre eles mesmos, um incestuoso que abusa da mulher do seu próprio pai (1 Cor. 5:1-7). Além do mas, ele os invoca a evitar os pecados da impureza (1 Cor. 6:15-19), e os adverte a não se inchar de orgulho por conta dos talentos da língua (1 Cor. 12-14). Ele acusa os Cristãos da Galácia de "se morderem e se devorarem" uns aos outros (Gal. 5:15). Os Apóstolos tiveram que advertir aos Cristãos que parassem com a embriaguez e o excesso aos prazeres nos banquetes e festas, (q.v., epístolas (2 Ped. 2:13 e 1 Cor. 11:17-32). São Paulo repreende aos Cristãos por comerem carne sacrificada a ídolos ofendendo assim, a outros Cristãos (1 Cor. 8). Ele também menciona a deslealdade entre irmãos. Em cartas às igrejas da Asia Menor que podem ser lidas no começo do livro Apocalipse, há criticismo de: indiferença, arrogância e orgulho. Em outras palavras, haviam Cristãos com um grau espiritual bem elevado convivendo com outros Cristãos já moralmente degenerados, como o ordinário pagão o é, porque se tornaram negligentes após o batismo e foram dominados por suas antigas paixões.
Nossa condição humana, pode ser comparada a uma vida numa ilha de leprosos, onde os habitantes se encontram em diferentes estágios de recuperação. O Sacramento do Batismo "lava" a lepra dos pecadores e induz o homem a um grande poder espiritual. As cicatrizes do pecado, no entanto, não desaparecem logo, uma certa predisposição ao pecado permanece. Existem muitos fatores que ameaçam o homem e lhe dão a oportunidade de pecar como: tentações externas, morar em um ambiente desfavorável, seus próprios hábitos pecadores e fraquezas, imaturidade espiritual, materialismo, inconstância e fragilidade. Se a pessoa não lutar contra os pecados, por menores que sejam, e por sua fraqueza e não os purificar através da penitência, eles podem se tornar com o tempo, um pêso moral, o qual, pesará muito na consciência de um Cristão, podendo também, levá-lo a destituição espiritual (1 Tim. 1:19).
Uma triste realidade em nossas vidas, é a de que até mesmo os pequenos pecados que cometemos são inevitáveis, como o pó que se encontra no ar que respiramos. Assim como é necessário lavar-se todos os dias e limpar os seus aposentos, é necessário também, se arrepender constantemente de seus pecados diários. Agora eu pergunto: quem é que se consideraria o mais santo e mais perfeito do que os Apóstolos de Cristo? Pois saibam que nem mesmo eles se consideravam incapazes de pecar. "Porque todos nós pecamos em muitas coisas," escreveu São Tiago (Tia. 3:2). "Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós... se dissermos que não temos pecados nós mesmos nos enganamos, e não há verdade em nós. Porém, se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a iniquidade, "escreveu o Apóstolo São João (1 João 1:10, 8-9). O Apóstolo São Paulo se encontra penosamente ciente de sua própria indignidade dizendo: "Jesus Cristo veio a este mundo salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro" (Tim. 1:15). Nota-se que ele não diz "eu era," mas sim "eu sou" ; evidentemente porque ele continuou se arrependendo por ter perseguido aos fiéis. Dizem que os olhos do Apóstolo Pedro estavam sempre avermelhados porque, quando ele ouvia o galo cantar de madrugada, se levantava e lembrava de sua rejeição a Cristo, começando a lacrimejar novamente.
O Apóstolo São João, ensina aos Cristãos como prestar atenção ao seu estado espiritual com as seguintes palavras: "Filhinhos meus, eu vos escrevo estas coisas para que não pequeis. Mas, se algum pecar, temos um advogado junto do Pai, Jesus Cristo justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados; e não sómente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo... Porém, se nós andamos na luz como ele mesmo também está na luz, temos comunhão recíproca, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado... E todo o que tem esta esperança nele santifica-se a si mesmo, assim como também ele é santo" (1 João 2:1-2; 1:7; e 3:3). São Paulo escreve algo similar como o seguinte: "Tendo, pois, estas promessas, meus caríssimos, purifiquemo-nos de toda a imundice da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2 Cor. 7:1; e cf. Heb. 9:13-14). Nestas passagens, se nota claramente que os Apóstolos não estão convocando pagãos ao arrependimento mas sim aos Cristãos, como também, as palavras que eles usam: "purifica" e "purifiquemo-nos," sugerem que a pureza moral tem as suas graduações, assim como para a propensão ao pecado. Pela mesma razão, uma outra escritura nos diz: "Aquele que prejudica, prejudique ainda; e aquele que é impuro, continue na impureza; e aquele que é justo, justifique-se mais, e aquele que é santo, santifique-se mais" (Apo. 22:11).
Portanto, a irrepreensão moral deve ser considerada como uma meta e um ideal, e não uma condição já adquirida. No Evangelho se encontram as parábolas da embarcação no mar e a do trigo e a cizânia, e o que elas nos querem dizer é que a Igreja não é composta sómente de santos, mas inclui também, pessoas de vários níveis espirituais, incluindo os pecadores. Em seguida, citamos o que o Apóstolo São Paulo nos tem a dizer sôbre a Igreja: "Ora numa grande casa não há sómente vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; e uns para usos honrosos, outros, porém, para usos vis" (2 Tim. 2:20). Ao que se refere ao futuro Reino dos Céus, foi dito que: "Não entrará nela coisa alguma contaminada, ou quem cometa abominação ou mentira, mas sómente aqueles que estão inscritos no livro da vida do cordeiro" (Apo. 21:27).
A origem dos nossos problemas espirituais, é a de que nós nascemos com uma natureza humana já danificada pelo pecado. Por exemplo: O que poderia ser mais puro e mais inocente do que uma criança? Eu diria que mesmo vivendo nas mais favoráveis condições de uma vida familiar, as crianças, as vezes, são teimosas, cruéis e desonestas; e elas são capazes de serem falsas, contam mentiras, batem em outras crianças e ou, por maldade, quebram um brinquedo de outra criança. Os pais geralmente interpretam isto como travessuras infantis. Mas, na verdade, o que os pais precisam entender é que, se eles não ensinarem aos seus filhos como lutar contra estas más tendências, elas se tornarão costumeiras e com o tempo as crianças se tornarão rebeldes. É por isto que a Igreja requer que as crianças comecem a confessar a partir dos sete anos.
Quando os membros da denominação Protestante se consideram santos e sem pecados simplesmente porque acreditam em Jesus Cristo, estão causando um grande dano espiritual a eles mesmos, e privando-se das graças que o Senhor nos deu para a nossa regeneração espiritual. Entre elas podemos citar: o freqüente e cuidadoso exame de nossa consciência, arrependimento constante, confissão dos pecados perante a um Padre e receber o corpo e o sangue de Cristo na comunhão.
Suponhamos que você acredita realmente em Cristo e que você tenta viver uma vida Cristã. Você não matou ninguém, não cometeu o adultério, não robou, e nunca bebeu em demasia, ou seja, você vive a sua vida com moderação e se empenha duramente. O que você pensa que isto significa, que você é impecável? E os pensamentos e sentimentos impuros que surgem em nós involuntariamente? E a conversa fiada, o elogio de si próprio, a inveja e o ódio no coração? E a indiferença á verdade e aceitação de falsos ensinamentos como os pecados que todos os Protestantes também cometem? E o amor próprio que sentimos, a vaidade, o sentimento de superioridade perante aos outros, o orgulho, a desconfiança, falar maliciosamente sôbre a infelicidade dos outros, ser covarde, desesperar-se, criticar aos outros, o desinteresse espiritual, a preguiça, a perca de tempo, a hipocrisia e o olhar sensual? E de quando se apegamos a coisas mundanas, sonhamos em ficar ricos ou a descompaixão e indiferença aos sofrimentos dos outros? Existe realmente alguem que pode analisar cuidadosamente a sua vida, ou mesmo um só dia, e declarar que esta pessoa é completamente impecável e até mesmo santa? Se você respondeu não isto significa que está pessoa é impura (c.f. Mat. 15:18-20), e que deve então se arrepender e pedir ajuda a Deus para purificar a sua vida.
São paradoxos aqueles que são verdadeiramente íntegros. Estamos falando de pessoas como: São Serafim de Sarov, Sento Ambrósio de Optina, São João de Kronstadt, Arcebispo João de Shangai, entre outros, sempre se arrependeram com sincera penitência de seus pecados e imperfeições, enquanto que, temos alguns dos Cristãos contemporâneos com o seu próprio estilo, que evitam qualquer tipo de empenho espiritual e andam por aí com a cabeça erguida e olham para o restante de nós, pecadores, com desprezo. Foi para este tipo de pessoa, aquelas que se consideram "santas," que o Senhor lhes disse: "Conheço as tuas obras, que não és nem frio nem quente; oxalá foras frio ou quente; mas, porque és morno, e nem frio nem quente; começar-te-ei a vomitar de minha boca, porque dizes: Sou rico e cheio de bens, de nada tenho falta; e não sabes que és um infeliz e miserável, e pobre, e cego e nú. Aconselho-te, que me compres ouro provado no fogo, para te fazeres rico, e te vestires de roupas brancas, e não se descubra a vergonha da tua nudez" (Apo. 3:15-18).
Uma das piores coisas sôbre o Protestantismo, é a de que o padrão moral rebaixou-se drasticamente. É fácil de se compreender que as pessoas podem ter diferentes idéias sôbre limpeza. Um "desleixado," por exemplo, estará feliz enquanto não tiver nenhuma comida estragando em sua casa e os lençóis do seu quarto não estiverem grudados de sujeira, enquanto que, o tipo "excêntrico" sofre muito quando vê algo em desordem.
Deus não quer que a gente viva de uma maneira desleixada. Ele deseja que cada um de nós se esforce com muita seriedade para atingirmos a perfeição espiritual. "Vós sereis santos, porque eu sou santo" (Lev. 11:45). Nota-se que a bem-aventurança que se refere a pureza do coração (Mat. 5:8), se encontra em sétimo lugar entre as outras, e esta é precedida por declarações de humildade (o pobre de espírito), arrependimento (os que choram), os mansos (que sabem esperar), ou seja, um árduo esforço para se manter a dignidade, incluindo o jejum e a clemência. Em outras palavras, a pureza do coração é alcançada através de um esforço intenso e, portanto, se diz: "Abençoados são os que tem pureza no coração; pois estes encontrarão à Deus."

Uma triste consequência do nosso danificado estado pecador é o radical conflito que existe entre as aspirações nobres do nosso espírito e os desejos desordenados de nossa carne. A questão dessa divisão interna é tão importante que as Sagradas Escrituras ressaltam muitos aspectos sôbre isto e nos compelem assim, a viver uma verdadeira vida espiritual. Citaremos a seguir, as passagens mais marcantes:
"Andai segundo o Espírito, e não satisfareis os desejos da carne. Porque a carne tem desejos contrários ao espírito, e o espírito, desejos contrários à carne; porque estas coisas são contrárias entre si, para que não façais tudo aquilo que quereis" (Gal. 5:16-17).
"Ora a prudência da carne é morte, e a prudência do espírito é vida e paz. Porque a sabedoria da carne é inimiga de Deus, pois não está sujeita à lei de Deus, nem mesmo pode estar... Portanto, irmãos, não somos devedores à carne, para que vivamos segundo a carne. Porque se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se, pelo espírito, fizerdes morrer as obras da carne, vivereis" (Rom. 8:6-7, 12-13).
"Ninguém, quando é tentado, diga que é tentado por Deus; porque Deus não é tentador de coisas más; e ele não tenta ninguém. Mas cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. Depois a concupiscência; quando concebeu, dá à luz o pecado; e o pecado, quando tiver sido consumado, gera a morte" (Tia. 1:13-15).
"Tendo pois, Cristo sofrido por nós na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; aquele que sofreu na carne, deixou de pecar, para viver durante o tempo que lhe resta passar na carne, não segundo as paixões do homem, mas segundo a vontade de Deus" (1 Ped. 4:1-2).
Muitas vezes, este conflito contra a tentação pode se tornar bem intenso, requerendo de nós um esforço espiritual ainda maior. São Paulo escreveu aos cristãos que estavam com o espírito enfraquecido, o seguinte: "Pois ainda resististes até derramar o sangue, combatendo contra o pecado" (Heb. 12:4).

E para adicionar aos ensinamentos dos Apóstolos que mencionamos acima, São João de Kronstadt nos diz: "Mantenha firmemente em sua mente que você é uma pessoa composta de duas partes: a primeira é corporal, de certa idade e instigada por paixões. Esta parte você deve dominar, não se entregando as suas insistentes demandas pecadoras. A segunda parte é a espiritual, nova, procura Cristo, vive em Cristo, e encontra Nele a sua própria vida e a tranquilidade."
Para escapar do domínio dos desejos desordenados do pecado-amante da carne, o Cristão precisa sempre lutar contra as tentações e não deixar que os pecados se acumulem em sua consciência. O Santo Serafim de Sarov nos ensina o seguinte:

"Ele que será salvo precisa sempre ter um coração arrependido e inclinado a penitência. *O meu sacrifício, ó Deus, é um espírito contrito, não desprezarás ó Deus, um coração contrito e humilhado* (Sal. 50:19). Com tal espírito de arrependimento, o homem pode prontamente e sem dano algum, evitar as ciladas astutas do demônio, que tem como finalidade transtornar o espírito do homem semeando suas pragas por meio destes transtornos... por toda nossa vida nós subestimamos a grandiosidade de Deus, caindo nos caminhos do pecado; portanto, devemos sempre pedir ao Senhor humildemente pela remissão de nossos pecados"

Seria tolo e destrutivo, nos enganar-mos com a idéia de que não somos piores do que outras pessoas, e de que Deus nos ama e portanto tudo estará bem. Isto não é verdade: o pecado é uma séria doença moral. No Sacramento do Batismo, o Senhor "lava" a nossa lepra espiritual e nos infunde com uma nova energia espiritual. Ainda assim, as cicatrizes de nossa doença anterior permanecem conosco, assim como, o perigo de uma recaída, por se estar convivendo com o restante dos "leprosos."
A Igreja nos oferece armas poderosas para se prevenir do pecado e lutar contra ele. O jejum, o asceticismo, a penitência e a confissão podem soar como muitas obrigações, especialmente para a pessoa que é heterodoxa e que procura no Cristianismo só as coisas alegres e fáceis de se obter. É preciso entender que a perfeição espiritual, a dignidade, a santidade, a proximidade à Deus, a meditação à Deus, o Reino dos Céus e a ventura eterna, são todos os aspectos de uma só qualidade, a qual ocupa um lugar central entre eles. E a pureza do coração, é adquirida através da constante batalha contra as suas próprias imperfeições. É aqui que descobrimos uma clara lei: quanto mais puro o cristal, mais luz ele propaga; quanto mais polido o diamante, melhor brilhará.
Assim sendo, se desejamos obter todas as graças que estão prometidas à nós, precisamos examinar cuidadosamente o nosso estado espiritual e arrepender-nos sinceramente, até mesmo dos menores pecados que cometemos. O caminho é estreito, e as vezes abrupto, mas na verdade, não existe outra maneira!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

BEATISSIMO ARZOBISPO PRIMADO DA IBERIA



EXPLICAÇÃO SOBRE O EXORCISMO
Nas culturas egípcia, babilônica, assíria e judaica, atribuíam-se certas doenças e calamidades naturais à acção dos demônios. Para afastá-los, recorria-se a algum esconjuro ou exorcismo. A cultura ocidental recebeu essas idéias através da Bíblia e do cristianismo primitivo. No cristianismo, exorcismo (do grego exorkismós, "acto de fazer jurar", pelo latim exorcismu) é a cerimônia que visa esconjurar os espíritos maus, forçando-os a deixar os corpos possessos ou dominar sua influência sobre pessoas, objetos, situações ou lugares. Quando objetiva a expulsão de demônios, chama-se Exorcismo Solene e deve fazer-se de acordo com fórmulas consagradas, que incluem aspersão de água benta, imposição das mãos, conjurações, sinais da cruz, recitação de orações, salmos, cânticos, etc. Além disso, o ritual católico do exorcismo pode ser executado por sacerdotes somente quando são expressamente autorizados por bispos.
Possessões: Possessão é o estado ou condição em que o corpo e (ou) a mente de um indivíduo são supostamente possuídos ou dominados por uma entidade (um ser, força, ou demónio) que lhes é externa, ou que não se manifesta habitualmente nas atividades da vida diária. A possessão, considerada como experiência de natureza psicológica e social, pode ser verificada individual ou coletivamente, e ter caráter inesperado, ou estar submetida a algum tipo de controle ritual; em diversas sociedades e culturas, figura como episódio ou experiência central da vida religiosa. Podemos dividir, genericamente, as formas de possessão em quatro categorias.
 Encosto O espírito fica próximo à pessoa, mas a influência é pequena. Neste caso, banhos de água benta e sal exorcizado ou orações como o Pai-Nosso ou o Credo, afastam este espírito inferior. Geralmente estes espíritos  pertencem à família do possuído.
 Espírito opressivo O espírito tem a capacidade de "vampirizar" a energia do indivíduo. Os efeitos são sentidos como um cansaço ou vontade de chorar que podem cessar de um momento para outro. Indica-se neste caso, EXORCISMO e depois que se utilize um saquinho que contenha medalhas de santos bentos, sempre junto ao corpo para neutralizar a presença deste espírito. Também os banho de água benta com sal exorcizado, são benéficos neste caso. A leitura do salmo 23 é o mais indicado contra o espírito opressivo.
Obsessão O espírito consegue ficar de maneira tão dominante no corpo do indivíduo que pode até mesmo mudar o modo de falar e fazer coisas que normalmente não faria no dia-a-dia. Chega até mesmo a não reconhecer parentes e pessoas próximas de seu convívio.
Possessão demoníaca Neste caso, o espírito toma o corpo da pessoa, fazendo com que ocorram até fenômenos de "poltergeist" (conjunto de fenômenos produzidos espontaneamente, que consiste em ruídos e deslocamento de objetos, podendo ter duração indeterminada).
Exorcismos na Bíblia O Antigo Testamento, embora reconheça a atuação do demônio a partir da tentação e da queda de Adão no paraíso, praticamente não alude a uma acção maléfica direta do diabo sobre os homens. Foi no judaísmo antigo que se atribuíram ao demônio intervenções muito concretas na vida cotidiana. O Livro de Tobias (século II a.C.), de influência assíria, narra um exorcismo praticado mediante a oração e utilização das vísceras de um peixe. No Novo Testamento, que não apresenta modificações essenciais no que se refere ao exorcismo, o Evangelho de Marcos é o que insiste de maneira mais realista nos exorcismos praticados por Jesus e por seus discípulos. Em certos casos, trata-se de expulsar o demônio do corpo de possessos ou lunáticos. Em outros, da cura de enfermidades atribuídas à acção do demônio. Os evangelistas se servem dessas vigorosas ilustrações para demonstrar a vitória de Jesus sobre Satanás e também para mostrar como seu povo se libertou do pecado. "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso" (João - 12:31). Esses milagres seriam um sinal da instauração do reino de Deus. "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mt - 12:28). Exorcismos na história da Igreja As curas e os exorcismos foram comuns na igreja primitiva. Com o reconhecimento oficial da Igreja sob o imperador Constantino, os exorcismos carismáticos, realizados informalmente por qualquer cristão, deram lugar à institucionalização da função do exorcista. O Rituale Romanum reuniu mais tarde, diversos ritos de exorcismos para situações variadas. Também as igrejas reformadas estabeleceram tais ritos. A Igreja Católica, como também algumas denominações protestantes, admite os exorcismos ordinários, contidos no rito do batismo, como símbolo da libertação do pecado e do poder do demônio.
 Pratica-se o exorcismo ordinário na bênção da água batismal e na sagração dos santos óleos. Os exorcismos solenes, que têm por objetivo expulsar o demônio do corpo de um possuído, são práticas raríssimas e só confiadas, mediante permissão episcopal, a sacerdotes muito experientes. O exorcismo católico inicia-se com a expressão latina "Adjure te, spiritus nequissime, per Deum omnipotentem" (eu te ordeno, espírito maligno, pelo Deus Todo-Poderoso).
 O processo pode ser longo e extenuante, chegando a se estender por vários dias. A possessão está associada ao mal. O processo de libertação é feito de forma dramática. Os exorcistas recorrem a preces, água-benta, Vários tipos de Incensos sagrados, essências consagradas. O sal que é associado à pureza espiritual também é utilizado. 
Mons. Costa
Arcebispo EXORCISTA MAYOR e director do Seminário de Santa Filomena e Seminário Karisma
Movimento Apostólico Carismático

SANTA IGREJA MATRIZ
  MISSAS E OUTROS ACTOS LITÚRGICOS

Santuário/Capela Virgem das Lágrimas e Nossa Senhora Aparecida 
Rua Carlos Marques, 29A-Póvoa de Santa Iria -Lisboa (traseiras do cemitério antigo) 
  tel. 962.684.413

COMO ENTRAR NO CLERO DESTA SANTA IGREJA

Todos os interessados em entrar no sacerdócio nesta Santa Igreja
ou pedir a sua Incardinação sob o Pálio do Arcebispo Primaz. Em Portugal ou no resto do mundo, entrar em contacto pelo email: igrejacatolicaortodoxa@gmail.com

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A PSICOTEOLOGIA E O EXORCISMO




EXORCISMO E PSICOLOGIA
O EXORCISMO É UM CONJUNTO DE ORAÇÕES E RITOS QUE PROVOCA A LIMPEZA DO NOSSO ESPIRITO. Nós temos o Corpo Físico e o espiritual, se o espírito está doente(denso), o nosso corpo físico é atingido perdendo energia e perdendo imunidade contra as doenças, O QUE LEVA A QUE ESTAS SE DESENVOLVAM. A falta de energia é responsável por distúrbios tais como a depressão, arrotos,ansias,vómitos,ódio ao sagrado, sentir-se mal dentro da igreja, peso na cabeça, dores nas costas e vários órgãos e até a falta de vontade de viver. Ao limpar o corpo Espiritual da sua energia negativa, o corpo físico também se limpa, atraindo a cura para as suas manifestações doentias. O EXORCISMO, Limpa o espírito e lhe devolve a energia originalmente PURA, O que provoca um bem estar geral e eventualmente o regredir de algumas doenças. Para esta limpeza se usa além dos trintários de missas, as essências de plantas 100% puras que alinhando os plexos de energia como o Sacerdote indicar. Só um bispo da Santa Madre Igreja pode autorizar a que seja realizado o EXORCISMO, após uma consulta de Teologia. Principais sintomas de Problemas Espirituais ANSIEDADE, ATAQUES DE PÂNICO,CANSAÇO E FALTA DE ENERGIA,DEPRESSÕES,DOENÇAS FÍSICAS OU PSIQUICAS, FALTA DE SONO,FOBIAS, MAL ESTAR GENERALIZADO, MEDOS, MUDANÇAS DE HUMOR, OUVIR VOZES, VER VULTOS,PRESSÃO NO PEITO, PERDAS DE FAMILIARES OU AMIGOS, STRESS, TRISTEZA, IDEIAS DE SUICIDIO, CANCRO, EPILEPSIA . ********************************************************* 

don Armando
Arcebispo EXORCISTA MAYOR e director do Seminário de Santa Filomena
Movimento Apostólico Carismático
O KARISMA DA LIBERTAÇÃO
MARCAÇÕES
Tel. 966.883.779

O Anjo da Guarda


O Anjo da Guarda
"Um Anjo da paz, fiel guia e guardião de nossas almas e corpos..."assim rezamos durante os serviços. A Igreja Ortodoxa acredita que toda a criança recebe de Deus um Anjo da Guarda. Nosso Senhor Jesus Cristo disse: "Estejam atentos e não desprezem nenhum destes pequeninos; pois Eu vos digo, os seus anjos sempre vêem a face do Meu Pai no céu" (Mateus 18:10).

O abençoado Agostinho escreve: "Os anjos estão conosco em toda hora e todo lugar, com muita atenção e incansável empenho nos auxiliam e prevêem nossas necessidades e se portam como mediadores entre nós e Deus e elevando a Ele nossos gemidos e suspiros... acompanhando-nos nas nossas viagens eles vão e voltam conosco atentos e observadores do nosso comportamento se estamos sendo honestos e honrados em meio à maldade que nos cerca e observando a nossa intenção no empenho da salvação eterna." Um pensamento similar é expresso por São Basílio o Grande: "Todo aquele que tem fé tem um anjo, que, como um orientador para a criança direciona sua vida." E, para confirmar isto ele faz menção do Salmo que diz sobre Deus que: "pois a seus anjos Deus ordenará em teus caminhos todos te guardarem" (Salmo 90:11, Salmo 33:8). Bispo Teófanes o Recluso instrui em uma de suas cartas, "devemos nos lembrar que temos um Anjo da Guarda e procurá-lo em nossos pensamentos e corações. Isto é bom nos tempos pacíficos e especialmente durante as tempestades. Quando falta este contato ele não tem como influenciar-nos. Por exemplo se alguém se aproxima de uma areia movediça ou um abismo de olhos e ouvidos vedados,como poderá receber auxilio?
Assim o cristão deverá lembrar-se de seu bom anjo, que no decurso de sua vida inteira se preocupa com ele, se alegra pelo seu aprimoramento espiritual e sofre com as suas recaidas. Quando o cristão morre seu anjo conduz sua alma a Deus. Ao se transportar ao mundo espiritual, segundo muitos relatos, a alma vem a conhecer o seu Anjo da Guarda.
Segue uma curta oração da manhã ao nosso Anjo da Guarda (extraido do Livro de orações russo):


Anjo de Deus, meu santo protetor, que me foi enviado por Deus para minha proteção, fervorosamente eu lhe imploro: me ilumine e me preserve de todo o mal, me oriente nas boas ações e me direcione no caminho da salvação. Amém.
*** *** ***
Adendum
Falsos Anjos

Dr. Steven Buchnell
O início dos anos 90 se caracterizou por uma invasão de literatura sobre os anjos. Muitos destes livros contém relatos tocantes sobre o papel dos anjos na salvação de almas no dia a dia de suas vidas. Todos estes livros recomendam uma postura de abertura e confiança para com os anjos e aceitação de sua boa influência. Muitos destes autores encorajam uma vida centrada nos anjos e a confiança de sua influência e ao mesmo tempo advertem que as vezes anjos tem um comportamento diferente e tomam aparencia não-angelical.
Neste ponto quase todos estes autores se calam quanto a um aspecto muito importante deste tema ou seja, que o diabo e sua legião de demonios, anjos decadentes, que estão aptos a mascarar-se em anjos luminosos para destruir as almas. Desde as cartas de São Paulo (2 Cor. 11:14) até os tempos modernos, os documentos da Igreja descrevem como estes anjos decadentes se mascaram não somente em anjos luminosos mas também em santos, Nossa Senhora Virgem Maria e Cristo.
Por exemplo, no seu discurso sobre a importância em discriminar anjos, São João Cassiano conta como um monge causou sua própria morte e como, em outra ocasião, outro monge estava preparado para matar seu próprio filho. Em ambos os casos demônios disfarçados em anjos eram a causa de tudo (Filokalia vol I). Em outra ocasião e em outro lugar, as cavernas de Kiev, é registrado que um jovem monge de nome Nicetas reverenciou um anjo que tinha lhe dito não gastar tempo em orações, o que seria feito por ele pelo próprio anjo e que seria mais prioritário para Nicetas investir em leitura. Enquanto que o pseudo-anjo rezava, Nicetas se tornou vidente. Em pouco tempo ele passou a não querer mais ouvir sobre o Evangelho, ao invés disso preferindo se aprofundar no Antigo Testamento. Finalmente os colegas monges perceberam que ele estava possesso pelo demônio conseguiram recuperá-lo através de oração. Nicetas se arrependeu, e, pela graça de Deus, mais tarde veio a ser ordenado bispo da cidade de Novgorod, um pastor para seu rebanho e autor de milagres. Conhecemo-lo como São Nicetas o Recluso.
"Tomai cuidado com os falsos profetas. São os que chegam perto de vós sob a aparência de ovelhas mas por dentro, de fato, são lobos vorazes" (Mateus 7:15-16). "Pelo contrário, eis o fruto do espírito; caridade, alegria, paz, paciência, gentileza, bondade, fidelidade, doçura, auto-dominio, contra tais coisas não existe lei" (Gal.5:22-24).
Para colocar em prática estas palavras de Cristo e São Pedro torna-se muito difícil para nós identificar anjos verdadeiros dos demônios disfarçados em vista da nossa fragilidade humana, que é o nosso estado de pecado, a nossa auto-ilusão à qual nos permitimos conscientemente e por outro lado os milhares de anos de experiência do inimigo do homem e de Deus. Através do exemplo destes monges, que eram pessoas que dedicaram por inteiro suas vidas a Deus, vemos que nem estes estão isentos de serem enganados pelo demônio. Os Santos Pais da Igreja, sábios pela graça do Espírito Santo, com muito amor nos procuram convencer de que o melhor caminho é rezar e a procurar a humildade e a orientação de um pai espiritual. Eles são enfáticos em nos alertar a sermos cautelosos e questionar com rigor e procurar um pai espiritual experiente, quando acontecem estas visões. Quando temos dúvida, mesmo pequena, sobre a procedência, é preferível dizer, "eu não sei se é verdadeiro," e colocar o assunto de lado ou simplesmente rejeitá-lo e não procurar visões ou sensações de beatitude mas rezar e pedir proteção a Deus. Se a visão for verdadeira, procedente de Deus, Deus nos ajudará e os anjos se alegrarão com a nossa humildade e sobriedade. (Veja a Filokalia, vol I, III e IV da edição inglesa para alguns assunto pertinentes). Resumindo, o que os Santos Pais da Igreja nos falam é muito diferente do que falam os autores dos livros populares de hoje.
O demônio mente, calunia, e provoca confusão e para atingir seu objetivo ele irá mentir para nós, não somente através de palavras mas de disfarces de qualquer tipo. Qualquer fenômeno sobrenatural que é motivo de confusão e distração (os chamados seqüestros por alienígenas como um exemplo atual) poderá ser um tipo destes disfarces.

mons. Costa

Arcebispo EXORCISTA MAYOR 
Movimento Apostólico Carismático
O KARISMA DA LIBERTAÇÃO

MARCAÇÕES
Tel. 962.684.413